Na opinião de quem conhece bem Paulo Octávio, um dos elementos para entender seus movimentos erráticos desde a prisão de José Roberto Arruda é o receio de que a renúncia ao governo, seguida de eventual intervenção, coloque em risco ao menos parte de seus muitos negócios no Distrito Federal.
Mais especificamente, o governador interino teme que o mandatário da faxina venha a revogar o Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal, mina de ouro para as empreiteiras de "PO". Em depoimento à PF, o gravador-geral Durval Barbosa afirmou que cada um dos 19 votos para aprovar o Pdot na Câmara Distrital custou até R$ 420 mil. O Ministério Público do DF tenta anular a votação.
Fluxo de caixa. Além do possível prejuízo aos negócios, preocupa Paulo Octávio a perspectiva de, uma vez fora do cargo, ver seus bens bloqueados pela Justiça.
Reprise. Com a tirada de corpo de Lula e o "perdido" dado por Paulo Octávio, ministros do STF repetiam ontem uma conclusão: "Mais uma vez, jogaram tudo no colo do Supremo".
Agora espera. Mas a Corte não vai se apressar. O presidente Gilmar Mendes voltou a dizer que o processo seguirá seu rito natural. Vários ministros não sabem ao certo como se desenharia na prática a intervenção, dada a "metástase das instituições" no DF.
PAINEL - Folha de São Paulo, 19/02/2010
Renata Lo Prete - painel@uol.com.br
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