terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Crise no DF

Pressionado, Paulo Octávio pede desfiliação do DEM

GABRIELA GUERREIRO
MÁRCIO FALCÃO
da Folha Online, em Brasília

Pressionado pela cúpula do DEM, o governador interino do Distrito Federal, Paulo Octávio, pediu sua desfiliação do partido. Ele encaminhou o pedido para o presidente da legenda, deputado Rodrigo Maia (RJ).

Segundo o líder do DEM na Câmara, Paulo Bornhausen (SC), Paulo Octávio não apresentou motivos para pedir desfiliação. No entanto, ele estaria evitando ser expulso da legenda. "Ele já sabia que não se enquadrava mais nas nossas diretrizes."

A bancada do DEM no Senado já havia decidido hoje, por unanimidade, pedir a expulsão de Paulo Octávio na reunião da Executiva marcada para amanhã. O partido também havia dado prazo até amanhã (24) para que o governador interino decidisse se queria ficar no partido ou no governo.

O prazo foi dado depois que o governador José Roberto Arruda (sem partido) foi preso e afastado do cargo. Com Paulo Octávio assumindo interinamente o comando da capital, o partido determinou que todos os integrantes do governo do DF que fossem do DEM saíssem imediatamente se quisessem ficar no partido, inclusive o vice.

Hoje, reunido com integrantes da Executiva Nacional, o secretário Alberto Fraga (Transportes) tentou convencer líderes do partido a dar uma nova sobrevida ao governador interino. Em resposta, recebeu o compromisso de parte da cúpula do DEM de que ele poderia ser poupado se renunciasse ao cargo.

"O DEM tomou uma decisão importante desde o início desta crise no Distrito Federal e resolveu agir contra essas denúncias. Agora, o Paulo Octávio tem que tomar a decisão dele. Se quiser continuar governador, tem que deixar o partido. Se quiser continuar no DEM, tem que renunciar ao cargo", disse o vice-presidente do DEM, deputado Onyx Lorenzoni (RS).

Paulo Octávio assumiu o governo no dia 11. Ele e Arruda são suspeitos de participar de um esquema de arrecadação e pagamento de propina no DF.

O governador interino ainda responde a três pedidos de impeachment na Câmara Legislativa do Distrito Federal. Na semana passada, Paulo Octávio irritou os distritais e a cúpula do DEM ao ensaiar a renúncia e depois recuar.

No discurso, Paulo Octávio ainda fez referências ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para se manter no governo. Na avaliação do comando do DEM, ele assinou sua ficha de desfiliação ao citar o presidente.

23/02/2010 - 15h25

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