quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Pré-campanha de Marina Silva

PV acerta com consultoria de olho em Obama


DA FOLHA ONLINE

O jornalista Caio Túlio Costa irá colaborar com a pré-campanha da senadora Marina Silva à Presidência. Consultor de novas mídias, ele deverá assumir, na campanha do PV, a função de replicar e adaptar à realidade brasileira as técnicas utilizadas, com sucesso, por Barack Obama na corrida presidencial americana, em 2008.

O coordenador-geral de comunicação da pré-campanha de Marina, Nilson de Oliveira, não comenta os planos da equipe, mas diz que a última eleição americana se tornou um paradigma.

Em 2008, a campanha do então senador por Illinois Barack Obama bateu recorde de arrecadação, com mais da metade arrecadada oriunda de pequenas doações feitas on-line por pessoas físicas.

Texto preliminar do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), porém, deixa em aberto a possibilidade de contribuição eleitoral on-line. Partidos manifestaram dúvidas em relação à operacionalidade da arrecadação via internet, ponto que também sofre oposição dos bancos.

Outras técnicas de Obama que notabilizaram a campanha foram a mobilização por meio de um site de relacionamentos próprio e a fidelização por meio de e-mails de conteúdo pessoal.

Todos esses aspectos que foram nada ou pouco explorados em campanhas brasileiras do passado podem ser cruciais para o PV, que conta com pouco tempo de TV, mas apela ao público jovem, ligado à rede. Marina é uma internauta novata, mas, de acordo com seu coordenador, "estará a frente" das decisões tomadas no setor.

Oficialmente, a pré-campanha de Marina tem, por enquanto, um blog e uma conta no Twitter. "É uma parte muito pequena do que a gente vai colocar à disposição do público", diz Oliveira.

Nem Dilma Rousseff nem José Serra têm sites oficiais.

O especialista do PV para a internet trabalhou 21 anos no Grupo Folha, onde foi editor da Ilustrada, secretário de Redação e correspondente em Paris. Em 1989, Costa se tornou o primeiro ombudsman da imprensa brasileira. Em 1995, participou da fundação do UOL, do qual foi diretor-geral até 2002.

Costa trabalhou na Fundação Semco e, em 2006, assumiu a presidência do iG (Internet Group), que reunia os portais iG, iBest e BrTurbo. Com a aquisição da Brasil Telecom pela Oi, Costa se tornou consultor de novas mídias.

Desde os tempos de ombudsman, o jornalista mineiro estuda a ética no jornalismo. Sua tese de doutorado em ciências da comunicação pela USP (Universidade de São Paulo) foi lançada como livro ano passado, sob o título "Ética, Jornalismo e Nova Mídia - Uma Moral Provisória". Desde 2003, ele leciona a disciplina de ética no curso de jornalismo da Faculdade Cásper Líbero.

Folha de São Paulo, 24/02/2010

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